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2022     Fragmentos do Infinito                           english                                Icaro Ferraz Vidal Junior

2017      Teresa Viana                                      english                    Tatiane Santa Rosa

2015       Remanescer, erguer, habitar

               Mario Gioia

               

2012      Teresa Viana: A corporeidade da cor                              Ana Magalhães

2009      Menos é mais                                          english                        José Bento Ferreira  

               

2007      A pintora

               Ricardo Resende

2005      Contra-clichés cromáticos                     english                                 Afonso Luz

2005      O informe na obra de Teresa Viana

               Juliana Monachesi

2002      Teresa Viana                                           english                        Fernando Oliva

2001       A vivacidade instigante da pintura: obras      

              recentes de Teresa Viana                     english 

             Taisa Helena P. Palhares

1999       Teresa Viana – a sedução da cor         english                         Stella Teixeira de Barros

1999       Teresa Viana - desenhos                       english                        Nancy Betts

1998       Teresa Viana

               Maria Izabel Branco Ribeiro

1996       A produção recente de Teresa Viana ou a

             pintura na corda bamba                         english

               Tadeu Chiarelli

1996       Teresa Viana - Pintura                            english 

               Maria Alice Milliet

imprensa / press

2001       No improviso das cores

               Fabio Cypriano

               

2001       Teresa Viana exibe suas cores transbordantes

              em São Paulo

               Cristina R. Duran

1999       Teresa Viana cria cidades invisíveis

               Cristian Avello Cancino

               ​

1999       Teresa Viana recria paisagem a lápis

                Ana Weis

1999       Teresa Viana busca a estrutura do espaço

               Francesca Angiolillo

O informe na obra de Teresa Viana

Juliana Monachesi


Texto publicado no folder da exposição “Pintura Expandida” no Paço das Artes de SP, em 2005


São quatro os mitos fundadores do discurso modernista, segundo Yve-Alain Bois e Rosalind Krauss. O postulado de que as artes visuais, especialmente a pintura, dirigem-se unicamente ao sentido da visão é o primeiro deles. A "tatilidade", a que toda a história da arte se refere, não passa da representação visual desta qualidade, fazendo com que tudo o que é tátil possa ser apreendido em um instante pelo olhar, o que constitui o segundo postulado.

Além disso, o "puramente visual" da arte se mostra ao espectador em uma postura ereta, em tudo oposta ao "eixo horizontal que governa a vida dos animais", escrevem, definindo o terceiro mito fundador. Sendo concebido como seções verticais colocadas à altura dos olhos, o quadro modernista pressupõe o esquecimento pelo observador de que seus pés estão imersos em sujeira no momento de contemplação. "A arte, de acordo com esta visão, é uma atividade subliminatória que separava o espectador de seu próprio corpo".

O quarto postulado decorre do terceiro: a ontologia modernista exige que uma obra de arte tenha começo e fim e que qualquer desordem aparente seja reabsorvida necessariamente pelo fato de a obra ser limitada. Na curadoria que realizaram no Centre George Pompidou em Paris, em 1996, intitulada L'lnforme: Mode d'emploi, Bois e Krauss derrubam os quatro mitos, devolvendo-lhes, em resposta, quatro operações: base materialism, pulse, horizontality e entropy.

Vinda de uma trajetória como artista em franco diálogo e embate com a tradição modernista, Teresa Viana responde, com sua instalação recente no Paço das Artes, aos quatros mitos fundadores por meio de operações semelhantes àquelas exploradas em Formless - A User's Guide.

Horizontalização - Uma pintura ocupando o espaço real, uma pintura que abandona o espaço da tela para expandir-se por duas paredes e que, assim, proporciona sensação física e visual ao mesmo tempo. A obra de Teresa Viana é para ser vista com os olhos e com o corpo. Os volumes são reais, não podem mais ser representados. Assim como as cores não podem mais ser naturalistas, porque a pintura tem a ver com a digestão da experiência no mundo de hoje. A pintura que se pratica atualmente está inevitavelmente impregnada de TV, cinema, mídias.

Materialismo rasteiro - As cores não estão mais concentradas como nas pinturas sobre tela; elas como que se espalharam e se diluíram no processo de espraiamento pela superfície da parede. Respingos, escorridos, marcas de mãos e de pincéis dão a ver que a matéria se impôs e teve um papel tão importante quanto o gesto. As estruturas de arame e papelão mal param em pé. Concavidades e reentrâncias devem ser descobertas bem de perto, num corpo a corpo com a obra.

Pulsação - Aquela estalactite amarela do lado esquerdo e também o redemoinho marrom e bege na parte superior do lado direito negam o caráter "festivo" que aparentemente a obra poderia ter. Não se trata de uma festa de cores; antes, de uma luta destas cores e destas massas tentando se acomodar. O que é impossível. Não é uma cor ou outra, é um conjunto pulsante em uma batalha. Alguns tubos ou artérias parecem pulsar no subterrâneo, encenando torções, como se formas quisessem se despregar e sair.

Entropia - Aqui, o sujeito precisa se abaixar, esquivar-se, haver-se com o incômodo de uma pintura que não tem fecho, não tem fim, que não se resolve "dentro do quadro" à forma tradicional. Trata-se de pintura como estado de consciência alterado, porque ativa certas sensações desconhecidas, mexe com potencialidades humanas adormecidas, com certos processos de construção de sentido não digeridos na nossa cultura..

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